A agenda ESG tem sido discutida com frequência e vem ganhando mais reconhecimento entre os líderes de grandes instituições. A questão ambiental costuma ser o foco das empresas, no entanto, com a pandemia a sigla “S” da tríade ganhou mais relevância.
A área de Recursos Humanos é fundamental e se mostra cada vez mais importante para a saúde dos negócios. A diretora de ESG da Exame, Renata Faber, revela que “mais do que nunca, colaboradores, consumidores e investidores estão olhando com lupa para uma série de indicadores sociais antes de escolher uma empresa”.
Feber realizará uma palestra Ceará RH onde debaterá sobre o papel do gestor ESG depois da Covid-19 e quais ações devem ser tomadas pelos profissionais de RH. Destacamos as 3 principais práticas:
- Diversidade e política salarial
“Diversidade de gênero não é mais o suficiente. É preciso ter diversidade racial, diversidade etária, de pessoas LGBTQIAP+, pessoas com deficiência e neurodiversidade. E tudo isso, em diferentes níveis hierárquicos e departamentos da empresa”, revela Feber.
Ainda assim, muitas não compreendem a importância da diversidade para a construção da empresa. Um outro tópico são as políticas salariais das instituições, assunto que é visto pelos investidores e colaboradores.
“Qual é o piso salarial dos colaboradores? Homens e mulheres recebem a mesma remuneração para funções similares? Como é calculada a remuneração do CEO? A transparência nessas questões é fundamental para que os colaboradores possam se sentir valorizados e tratados com equidade”, relata Renata.
- Bem-estar e saúde mental
Durante a pandemia o assunto “vida pessoal e trabalho” passou a ser reavaliado. Segundo Renata Feber, “sobretudo para as novas gerações, critérios como propósito, bem-estar e saúde mental passam a ser mais importantes na escolha de um trabalho do que o próprio salário”
Um levantamento realizado pela Gallup informou que colaboradores ao perceberem a preocupação que a empresa tem com o seu bem-estar costumam procurar menos por outras oportunidade de trabalho, cerca de 69%. Também tem menos chances de sofrer com a quantidade de trabalho (burnout) chegando a 71%.
“Ou seja, empresas que não se preocupam com seus colaboradores não são apenas desumanas. Elas estão perdendo uma grande oportunidade de gerar resultados”, destaca.
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- Treinamento e desenvolvimento
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, os anos de pandemia contribuíram para a “crise de competências”. Cerca de 98% das instituições conseguem visualizar uma brecha de habilidades de seus colaboradores.
A plataforma Linkedin destaca ainda que 40% das habilidades para o mesmo cargo podem mudar até 2025. Outro dado da Marca Empregadora reforça que 75% dos brasileiros avançar na profissão é mais importante do que o salário.
“Nesse contexto de escassez de talentos, as empresas precisam mais do que nunca investir na capacitação de seus colaboradores. Ou seja, empresas que incentivam o desenvolvimento dos seus colaboradores podem resolver dois problemas de uma vez só: a deficiência de habilidades e a falta de engajamento”, relata a diretora.
Fonte: exame