Recentemente, a Globo se associou ao Pacto Global das Nações Unidas e criou uma nova Jornada ESG que atuará como uma espécie de informativo da instituição para analisar as práticas ambientais, sociais e de governança e entender se estão em conformidade com o Global Reporting Initiative (GRI), organização que dita os moldes internacionalmente.
Com isso, a emissora se destaca por ser a primeira do setor a definir os objetivos para ESG e estabelecer metas para 2030 e formas de analisar o final de todo o processo. Na agenda existem seis metas a serem batidas, são elas: governança transparente; apoio à educação como agente transformador; bem-estar dos colaboradores e valorização da biodiversidade e promoção da consciência ambiental.
De acordo com o diretor-presidente, Paulo Marinho, “é o resultado de um trabalho histórico que a Globo realizou ao longo de sua existência, sempre comprometida com a sustentabilidade, com causas relevantes e de impacto social.” Ele ainda reforça que “além da história, [a Jornada ESG] dialoga com os valores e a missão da empresa, de oferecer conteúdo e experiências de qualidade que contribuam com a educação e a sociedade brasileira.”
A ideia foi melhor desenvolvida em 2021 por um time de 20 pessoas. A partir daí, alguns parceiros passaram a colaborar no projeto. De acordo com Manuel Belmar, diretor de infraestrutura, finanças e jurídico da Globo, “precisávamos falar mais de tudo que já fazíamos, mas, também, reconhecer o que falta fazer diante dos desafios do planeta para sermos um indutor desse processo de transformação em prol de um mundo mais equilibrado.”
De início foi realizado um benchmarking para entender como outras empresas do setor tratavam o assunto. Nesse momento, foram analisadas as formas como as metas das destas empresas eram traçadas a longo e médio prazo e a forma que escolheram para chegar nos resultados.
Após esse momento foi feita uma pesquisa interna sobre a situação da Globo em relação à sustentabilidade em comparação com outras instituições de outros ramos. “Essa ‘selfie’ foi muito importante para que a dinâmica de construção da agenda fosse o mais disseminada possível dentro da companhia”, destacou Belmar.
Alguns grupos foram escolhidos para dar suas opiniões sobre como a Globo deveria atuar em relação à agenda ESG, entre eles: consumidores, acionistas, anunciantes, investidores e colaboradores. Para Manuel, “a companhia é familiar, de capital fechado, mas tem um grau de governança semelhante ao de uma empresa listada em bolsa”.
Após coletados, esses dados foram ligados com as informações já definidas sobre as prioridades, o que resultou na chamada matriz de materialidade que dá para Globo os objetivos a serem alcançados e as maneiras de chegar lá. Desta forma, ficou definido que a empresa pretende diminuir em 30% a emissão de gases poluentes até o ano definido. Para 2026 a ideia é ter uma redução, de 15%, ainda maior.
A Globo já possui uma matriz energética com 95% dela sendo renovável, possuindo ainda plantas solares em alguns Estados. O objetivo é alcançar os 100% em até 2030. Um outro objetivo é chegar ao “aterro zero” para atingir a reutilização das substâncias que sobram. A Globo já possui um Comitê de Pessoas, Cultura e ESG para tratar diretamente das questões de governança e de ações nessa área.
O assunto já foi divulgado nos canais oficiais da Globo e o levantamento de sustentabilidade pode ser acessado por todos.
Para Carlo Pereira, CEO do Pacto Global, “A Globo era uma peça-chave que faltava. Para nós, é muito importante porque vai mostrar a muitas empresas como o processo deve ser feito, […] que é entender seu lugar na sociedade”.
Fonte: Valor Econômico