Brasil pode atuar como referência em relação a agenda ESG; entenda

Brasil pode atuar como referência em relação a agenda ESG; entenda
A agenda ESG é mais do que necessária para os dias de hoje, visto que a população está cada vez mais preocupada com o assunto

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O tema ESG nasceu por conta da necessidade de checar as repercussões que as práticas voltadas ao meio ambiente teriam em relação à empresa que aplicou. A agenda ESG significa ações voltadas ao meio ambiente, social e de governança corporativa e nasceu durante uma reunião da PRI – Principles for Responsible Investment, rede interligada à ONU, em 2004.

As práticas podem ser incluídas por instituições privadas e públicas, como o governo que tem um papel importante de estimular todos a seguirem os princípios. O gestor de pessoas, empreendedor e palestrante, Rica Mello, revelou que com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva o país pode ser incluído novamente no protagonismo em relação às questões de sustentabilidade.

Nós já tivemos uma grande importância nisso anos atrás e existe uma nova oportunidade para alcançarmos esse protagonismo. Lula já falou sobre isso durante sua participação na COP27, que aconteceu no Egito, além de ser um diplomata com extrema facilidade na construção de contatos e relações com os principais líderes ao redor do mundo”, reforça. 

Ele ainda destaca que “se o Brasil quer de fato ter esse protagonismo, precisa de um investimento grande para trazer novos mercados e empresas para cá, recuperando esse dinheiro no futuro com indústrias relacionadas à sustentabilidade”. Será necessário um investimento por parte do governo para que as instituições privadas sejam estimuladas a agir da mesma maneira como é vista em relação ao meio ambiente.

A agenda ESG é mais do que necessária para os dias de hoje, visto que a população está cada vez mais preocupada com o assunto e como as instituições atuam em relação a ele. 

Mello ainda revela que “há uma reflexão sobre se alguém não pode ter acesso a um determinado produto ou se uma empresa adota soluções que não pensam no meio ambiente, por exemplo. Existe uma preocupação global de que as coisas devem ser equilibradas e isso acontece também no Brasil, com um olhar crítico para companhias que não se preocupam com as questões ambientais, sociais e políticas de governança que sejam inclusivas”.

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Uma das práticas importantes a serem incluídas é a redução das emissões de carbono. “O crédito de carbono surgiu a partir do Protocolo de Kyoto, em 1997, visando à diminuição dos gases de efeito estufa. A cada tonelada não emitida, gera-se um crédito de carbono. Assim, quando um país consegue reduzir a emissão dessa tonelada, ele recebe uma certificação em créditos que estarão disponíveis para serem comercializados com os países que não alcançaram suas metas. O Brasil ainda é um país que não tem tantos projetos nesse sentido. Para criar um crédito de carbono existe uma auditoria detalhada em que será necessário demonstrar que aquele projeto irá, de fato, reduzir a emissão de carbono na atmosfera. Acredito que com as demonstrações de interesse nesse protagonismo, o Brasil irá apresentar novos conceitos comerciais para que a indústria, de modo geral, emita menos poluentes e cresça de forma sustentável”, destaca.

Um outro ponto que será extremamente  relevante para visualizar o avanço do país em relação a agenda é a pesquisa constante sobre biodiversidade e inovação. “Para isso, o crescimento do desmatamento em prol do agronegócio deve cessar. O presidente eleito já se mostrou contrário a esse acontecimento e deve criar medidas que têm o poder de reduzir esse cenário desfavorável para todo o planeta. Entendo que deverá ser direcionado um valor para o financiamento de pesquisas em relação à biodiversidade não só nas áreas afetadas por esses desmatamentos, mas também nas que ainda seguem intactas”, revela. 

Ele ainda acrescenta que diversas chances foram perdidas nos últimos anos por conta da não preocupação com o tema por parte do governo atual. E finaliza destacando que “apenas com a confirmação da eleição de Lula, diversos países afirmaram que voltarão a investir em ações florestais e relacionadas ao meio-ambiente no Brasil, principalmente as ligadas à floresta amazônica. Antes, durante o governo Bolsonaro, os líderes mundiais não acreditavam que seus investimentos seriam direcionados para essas causas, justamente pelos discursos e pela falta de comprometimento do futuro ex-presidente. Se o País, a partir de agora, se comprometer com as pautas de ESG e começar a cumprir as metas contra o garimpo e o desmatamento ilegal, a possibilidade de crescimento e investimentos internacionais que podem chegar ao Brasil são enormes”.


Fonte: Diário do Comércio
Autor(a): Diário do Comércio