Diante da quantidade de assuntos e oportunidades que uma empresa pode visualizar com a inclusão da agenda ESG umas das que mais se destaca é o processo de descarbonização das ações.
A redução da emissão de gases poluentes é um assunto recorrente da COP27 e pode transformar profundamente uma empresa e o meio ambiente. Antes de visualizar a parte prática, para chegar no resultado é preciso entender o contexto sobre a descarbonização.
Escolher a agenda ESG é uma das ações mais importantes que as instituições podem fazer para garantir uma evolução sustentável. A ferramenta é vista como uma forma de atrelar os aumentos econômicos e a melhoria empresarial com as ações sustentáveis e sociais.
A descarbonização é capaz de trazer benefícios às empresas, especialmente para a sua reputação. É válido destacar que cerca 636 representantes de indústrias de combustíveis fósseis participaram na última cúpula do clima realizada e um dos pontos evidenciados foi a criação de programa para auxiliar a aplicação de ações climáticas por parte das instituições que representam 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Pensada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) juntamente com o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) uma iniciativa lançada pela a plataforma Net Zero visa instaurar metas de neutralidade climática em todos os campos utilizando suporte prático e processos para descarbonização.
Essa iniciativa entende que ações pontuais das instituições não são o bastante para alterar a situação atual do país em relação à descarbonização e que é necessário implementar um caminho coletivo a ser colocado em prática por todo o setor privado.
É válido pontuar que o objetivo de zerar as emissões de CO2 até 2050 é esperançoso e complicado. Cerca de 35% das instituições chegam a critérios básicos para apoiar esse objetivo em comum, conforme revela a Oxford Net Zero & New Climate Institute.
O uso do offsetting, conhecido como a utilização de créditos de carbono para abater as emissões, é uma das possíveis estratégias. O impacto que as empresas privadas possuem no meio ambiente é grande, sendo assim, a diminuição das emissões visando uma economia de carbono neutra é extremamente relevante.
É importante que sejam incluídas as metas científicas de melhoria e que façam efeito a longo prazo. Para que a empresa atinja esse patamar de descarbonização é preciso que ela tenha um olhar amplo em relação aos sistemas. É necessário realizar mudanças importantes que podem ir desde a etapa de fabricação até a escolha dos materiais do produto. Ao entender a pegada de carbono é mais fácil retirá-lo.
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Alguns setores que possuem mais dificuldade em chegar na descarbonização estão passando a entender mais sobre o termo “transformar para minimamente operar”. Algumas dessas áreas são: automação, mineração, metais, petróleo e gás.
Já os setores de Mídia & Telecomunicações, Ciências da Vida, Produtos de Consumo e Varejo, e Tecnologia, estão tomando ações para “transformar para diferenciar e vencer” e para disparar competitivamente.
Há ainda cinco etapas possíveis de serem seguidas para que as empresas alterem seu negócio e torne-o mais sustentável:
- Estude as áreas que possuem mais chances de terem a redução do carbono e entenda ainda as chances de offsetting assim como os valores e retornos financeiros.
- Estude a pegada de carbono da instituição e conheça as preferências de descarbonização. Entendendo a pegada de carbono é possível visualizar a alocação das emissões nos escopos 1, 2 e 3.
- Instaure compromissos e intenções detalhadas e que sejam possíveis de atingir. É importante calcular a dificuldade frente à pegada de carbono.
- Verifique as alterações no seu negócio e altere os planos sempre levando em consideração a inteligência analítica.
- Organize planos com ações minuciosas que levem ao objetivo final. Também é preciso haver um engajamento da liderança organizacional.
- Fonte: Exame
- Autor: Marcelo Andrade