Certificações de práticas sustentáveis ajudam empresas a captar investimentos

Certificações de práticas sustentáveis ajudam empresas a captar investimentos
Certificações que comprovam práticas sustentáveis têm sido buscadas por empresas para ajudar a atrair investidores.

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Certificações que comprovam práticas sustentáveis têm sido buscadas por empresas para ajudar a atrair investidores. Neste movimento, a maioria são de pequenas e médias empresas que apostam na chancela para expandir, conquistando fundos específicos para empreendimentos verdes. 

O número de negócios certificados entre 2017 e 2022 cresceu quase 260%, saltando de 60 para 215 empresas, de acordo com o Sistema B, que averigua aspectos do meio ambiente, comunidade, governança, funcionários e clientes. 

Já a Sociedade Vegetariana Brasileira certificou o selo de produto vegano a 240 empresas entre 2017 e 2021. Entre elas, aproximadamente 44% são de pequeno porte e 32% são médias. 

Esse contexto vai de encontro com o interesse público sobre o tema, já que as buscas no Google pelo termo “ESG”, sigla para boas práticas ambientais, de governança e sociais, crescem desde 2020 e, na última semana de abril deste ano, atingiram o pico de popularidade. 

A diretora de marketing do Sistema B, Cinthia Gherardi, diz que “a pandemia gerou muitos questionamentos e combinou com momentos políticos e socioambientais fortes. O conceito do ESG traz essa visão de que sustentabilidade é algo integrado, que inclui social, ambiental e governança.

Das B certificadas, as empresas de pequeno e médio portes simbolizam 86,5%, e a apuração inclui um questionário com mais de 200 perguntas. Os negócios estão usando a certificação como atrativo para investimentos. 

O grupo Casa Feito Brasil, das marcas Feito Brasil e Quintal Dermocosméticos apostam nisso. A empresa está se preparando para o primeiro aporte, iniciando as negociações no próximo semestre. A companhia tem o selo EcoCert de cosméticos orgânicos e naturais e é Empresa B desde 2019.

O CEO Giulio Peron considera que as empresas do futuro são sustentáveis e o futuro do grupo é a expansão. “A pauta ESG é muito importante para os fundos de investimento, nossos parceiros estão olhando isso com muita cautela e existem fundos específicos.

Para Giulio, é essencial também ter sustentabilidade social e financeira, além da ambiental. Desde 2018, a empresa aumentou a receita e, de 2019 pra cá, obteve crescimento de 82%. 

Qualificação

A Insecta Shoes, única Empresa B do ramo de calçados no Brasil e certificada em 2016, teve investimento de R$ 300 mil em 2018. Um smart money (aporte qualificado, que inclui consultoria) que conquistou investidores para o dia a dia do negócio.

A sócia-fundadora, Barbara Mattivy, diz que “o certificado com certeza validou nosso posicionamento e trouxe mais seriedade para os nossos desafios de sustentabilidade”. 

Em 2021, a Insecta captou R$ 1,8 milhão em três meses numa rodada de quity crowdfunding (financiamento coletivo de investidores) junto à Platta, que atua com negócios de impacto. 

Outra empresa que colhe frutos desse ecossistema é a empresa de leites veganos Nude, que usufruiu do benefício de ser, primeiro, uma Empresa B Pendente.

Com lançamento em 2020, a marca tornou-se B em outubro. Em janeiro, recebeu um aporte de R$ 25 milhões, vindos de um fundo de impacto. 

Se a empresa ainda não tem um ano fiscal, pode entrar com pedido dessa certificação, que ajuda a pensar em várias coisas que não estão no radar”, diz a cofundadora Giovanna Meneghel. 

Fonte: CNN