Divulgação de dados ESG aumenta entre empresas abertas

Divulgação de dados ESG aumenta entre empresas abertas
A divulgação de dados ESG está se tornando mais comum nos formulários de referência das empresas brasileiras, alcançando uma presença de 76%.

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As empresas brasileiras estão cada vez mais focadas em sustentabilidade, governança e diversidade. A divulgação de dados ESG (sigla em inglês para sustentabilidade, social e governança) está se tornando mais comum nos formulários de referência das empresas brasileiras, alcançando uma presença de 76%, de acordo com o estudo “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, do ACI Institute, da KPMG .

Isso representa um aumento de 12% em comparação com a edição anterior, destacando uma crescente ênfase na transparência e na abordagem do tema. A pesquisa foi realizada com base nos formulários de referência de 282 empresas de capital aberto, e mais de metade delas (65%) estão vinculando indicadores ESG à remuneração variável de conselhos de administração e executivos de alto escalão (C-levels).

O estudo também apontou para um contínuo aumento no número de empresas que possuem informações ESG auditadas ou revisadas por entidades independentes. Em 2019, esse percentual era de 43%, e agora registra um aumento para 57%.

Ainda, mais de metade (66%) dessas empresas conduzem inventários de emissões de gases do efeito estufa, enquanto 91% incorporam uma matriz de materialidade e/ou indicadores-chave de desempenho ESG como requisitos essenciais em seus formulários de referência. 

Sidney Ito, CEO do ACI Institute Brasil e sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG no Brasil, afirma que “em 2023, entraram em vigor novas regras de preenchimento do formulário de referência. Em consonância com a evolução de pautas internacionais, do interesse dos investidores e do cenário regulatório em diferentes jurisdições, o novo formulário de referência reforça temas em ascensão, como sustentabilidade, diversidade, transparência e accountability”. 

Além disso, observa-se uma atenção voltada para as estruturas de gestão de riscos, conformidade e controles internos, com 91% das empresas relatando a adoção de uma política formalizada de gerenciamento de riscos e 82% indicando a existência de uma área específica dedicada a essa função.

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Atualmente, os cinco principais fatores de risco divulgados pelas empresas são os seguintes: riscos financeiros e de caixa (47%); condições políticas, econômicas e de mercado (39%); riscos operacionais (36%); riscos de segurança cibernética (29%); e riscos associados à implementação da estratégia de negócios e/ou plano de investimentos (24%).

Dentre as organizações examinadas, observou-se um aumento naquelas que conduzem avaliação do desempenho do conselho de administração (80%) e de seus membros individualmente (70%). No ano anterior, esses índices eram de 74% e 59%, respectivamente.

A proporção de conselheiros independentes atingiu 40%, representando um aumento de 2% em relação à edição anterior. A grande maioria das empresas (88%) conta ainda com um comitê de auditoria para oferecer assessoria ao conselho de administração, sendo composto, em média, por 35% de conselheiros independentes. Adicionalmente, 91% das companhias possuem uma área de auditoria interna que se reporta diretamente ao conselho de administração.

Outra informação relevante é que a proporção de empresas sem nenhuma mulher no conselho de administração diminuiu em um ponto percentual, indo de 29% para 28%. No que diz respeito às respostas autodeclaradas, apenas 16% dos assentos nos conselhos de administração, 15% na diretoria executiva e 17% nos conselhos fiscais são ocupados por mulheres.

“Investir em boas práticas garantirá um futuro em que a governança corporativa, cada vez mais, não seja apenas uma exigência regulatória, mas um reflexo genuíno dos valores éticos e do compromisso das empresas com o crescimento sustentável”, afirma Fernanda Allegretti, líder do Board Leadership Center Brasil e sócia-diretora de Markets da KPMG no Brasil.

Metodologia

A 18ª edição do estudo “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais” compila dados dos formulários de referência de 282 empresas abertas no Brasil, divulgados até maio de 2023. 

A seleção das participantes foi realizada com base nos seguintes critérios: inclusão de todas as empresas listadas nos segmentos diferenciados de governança da B3 (Novo Mercado, Nível 1 e Nível 2), além das empresas com as 50 maiores receitas líquidas do segmento Básico, excluindo as companhias da categoria B. Estas organizações atuam em diversos setores, como Consumo, Financeiro, Utilidade Pública, Bens Industriais, Materiais Básicos, Saúde, Tecnologia da Informação, Petróleo, Gás e Biocombustíveis, e Comunicações.

Fonte: EXAME

Autor: Marina Filippe