Um estudo do Movimento Circular e GM&C revela que reciclar lixo eletrônico permite que mais de 40 mil empregos sejam criados no Brasil. O dado ainda revela o aumento da monetização, com a ação levando a gerar, no mínimo, R$ 800 milhões todos os anos. No entanto, a economia circular ainda está em sua fase inicial e precisa de algumas iniciativas e desafios a serem ultrapassados.
O levantamento foi estruturado pela head de ESG da Endemol Shine Brasil e fundadora da Singular ESG, Carol Dibe. De acordo com ela, a utilização dos materiais pode ajudar a evoluir a economia circular e possibilita que haja uma redução na extração de recursos novos. A adoção de uma economia compartilhada ou a inserção de modelos de extensão da vida dos novos serviços também oferece a redução de custos
Dibe revela que “tem algumas frentes possíveis econômicas, mas o grande desafio é que a economia e o consumo foram pensados e nasceram para que a gente utilize e descarte. Não pensamos nos serviços adicionais agregados.”
A Head ainda revelou as instituições que contam com ferramentas e frentes para acrescentar valor às outras ações além da venda e produção e que costumam adotar métodos para circulação de forma não convencional.
Um dos setores que mais reforçam os novos modelos de negócios é o de tecnologia, de acordo com o diretor de ESG e Corporate Citizenship da Samsung América Latina, Helvio Kanamaru.
Um exemplo atual é a Samsung que possui centros de desenvolvimentos brasileiros e estrangeiros, como o organizado na Coreia do Sul. Com os centros consegue-se olhar para a inovação como uma maneira de destacar ações de economia circular para a instituição e possibilitando a ação a todo o mercado de eletroeletrônicos.
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A Samsung ainda possui o Reparo Contigo, um programa que dá treinos e ferramentas para que os clientes arrumem os problemas gerados em seus produtos e que não podem ser consertados pela empresa devido a falta de cobertura para a garantia.
“Dessa forma, começa-se a criar um pouco essa cadeia e também engajamento com os consumidores. Precisa de muita comunicação, mas também ofertar e prover os serviços necessários para que cada um possa fazer a sua parte”, revelou Kanamaru.
Sendo assim, a ação revela como o crescimento da economia circular está ligada à inserção de medidas inteligentes e a redução de complicações da relação do pós consumo.
“No mundo da produção audiovisual, existe uma série de oportunidades não só do ponto de vista de mudança de comportamento de cultura em como essas produções são feitas, mas uma oportunidade também de geração de novos negócios”, disse Carol Dibe. Além disso, a mídia possui um papel importante para o fomento de ações sustentáveis.
Segundo Dibe, a Endemol Shine Brasil possui uma vontade de compreender modelos de operação e produção para uma transição de modelos eficazes tanto do olhar do consumo de recursos quanto para o valor agregado ao ciclo de vida dos objetos.
Desenvolvimento da economia circular
De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos, criado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais pontuou que 36,6% do lixo reciclável gerado no norte foi direcionado corretamente.
Para o Nordeste e Sudeste o valor chegou a 37,2% e 74,3%, respectivamente. Para Carol Dibe, essa alteração ocorre devido a ação do consumidor e pela não existência de políticas públicas. Ainda reforça a importância da ação de todos para geração de um ecossistema que ofereça serviços de reciclagem.
As instituições possuem um papel importante para estimular que a população pratique as ações. No entanto, as empresas não têm poder para demandar ao poder público.
De acordo com o diretor da Samsung América Latina, o avanço da economia circular está diretamente atrelado a estruturação de políticas públicas que ajudem sua disseminação em todo o país. Também é preciso que exista incentivo à tecnologia e pesquisa que auxiliem no processo.
Por fim, é válido ressaltar a necessidade que as instituições possuem em se organizar internamente para comunicar a todos de forma precisa. Em 2023, a União Europeia criou algumas diretrizes para erradicar a prática do greenwashing pelas empresas.
Sendo assim, o ESG encara o desafio de estruturar uma cultura que olhe para o processo de maneira eficaz visando não apenas a intenção mas também o engajamento práticos refletidos em uma comunicação organizada, clara e efetiva.
Fonte: Meio e Mensagem
Autor (a): Giovana Oréfice
