Iniciativa busca levar bilhões para a natureza do Brasil

Iniciativa busca levar bilhões para a natureza do Brasil
Aliança de investidores e líderes busca alterar o nível dos investimentos do Brasil nas soluções climáticas embasadas na natureza.  

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Investidores e líderes se juntaram para a NbS Investment Collaborative. Dez pessoas fazem parte deste que visa ser um projeto para alterar o nível dos investimentos do Brasil nas soluções climáticas embasadas na natureza.  

Entre os participantes desta iniciativa estão: gestor da Vert, gestora da JGP e GEF, além do banco BTG Pactual. A instituição sem fins lucrativos Capital for Climate (C4C) é a responsável por organizar o trabalho e conhecida por dar recursos para o financiamento climático.

Os membros da iniciativa estão inseridos em ações voltadas para o tema, como a pecuária sustentável e a conservação de florestas. A intenção é que esse entendimento seja um direcional para os grandes investidores do Brasil.

De acordo com Reset Tony Lent, co-fundador da C4C, “o volume de dinheiro pode chegar a US$ 2,5 bilhões ou US$ 3 bilhões já nos próximos três anos”. Ele aponta que para acontecer é preciso de mais networking, ligações ao país e informações.

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Os donos do dinheiro querem bater na porta do país e perguntar: ‘Que oportunidades são essas? Como podemos participar delas?’”, reforça. 

Com o projeto é esperado que haja um “centro de gravidade” que traga ao Brasil parte dos valores que serão enviados, nos próximos anos, para a atuação contra a crise climática e para a descarbonização.

Os recursos vêm de locais variados: de fundos privados e de empresas multilaterais instrumentos de blended finance. Os membros também darão suporte às instituições interessadas em se certificar que as cadeias de fornecimento não sejam ligadas ao desmatamento. 

Os valores doados pela Fundação Gordon e Betty Moore (da família do fundador da Intel) ajudaram a aliança a se estabelecer. 

A Cúpula de Investimentos em Soluções Baseadas na Natureza será a primeira atividade da aliança, um evento que se dará no final de abril de 2023, em São Paulo. Logo após a aliança divulgará para os investidores internacionais através de webinars. 

Uma versão recente do instrumento educativo criado pela Climate for Capital será revelado no evento. Um grupo relacionado ao secretariado-geral da ONU também é o responsável pela criação da ferramenta.

Objetivos do grupo

Um dos objetivos é compreender e ressaltar o pipeline de projetos que visam obter os recursos. Outra intenção é mostrar aos investidores de outros países que o setor existe e é dinâmico. 

Segundo Lent, “queremos mostrar que existe esse ímpeto, que o Brasil tem um ótimo nível de empreendedorismo, que alguns modelos de negócio já se comprovaram”. Não é cedo demais para investir.”

Ele completou reforçando que “alguns fundos assinam cheques de no mínimo US$ 100 milhões. Como não seria fácil encontrar projetos capazes de absorver uma rodada desse tamanho, você vai precisar de parceiros locais para colocar esse dinheiro para trabalhar.

Tecnologia e natureza

Lent visualiza que a atividade mais favorável para se ter financiamento é a recuperação de pastagens degradadas a partir da inclusão de agroflorestas e sistemas silvipastoris. 

Também será possível através do restauro com o plantio de árvores que sejam de interesse comercial, um ponto que está sendo observado pelo re.green e Biomas, instituições que possuem aspiração de reflorestamento. 

Em ambas as situações o lançamento de créditos de carbono terá um papel grave e as denúncias publicadas sobre a ferramenta não distanciarão os investidores, segundo Lent. 

Acho que [o questionamento dos créditos de carbono] passa por um ciclo natural na mídia. As definições sobre o mercado regulado e como ele vai se relacionar com o mercado voluntário são mais importantes”, detalha. 

Os recursos serão importantes para chegar ao net zero global até o ano de 2050. Algumas soluções precisam ser mais tecnológicas, como a retirada de carbono do ar, e devem custar mais. 

Outras são para a natureza e pedem por um décimo dos investimentos de todo o mundo até a metade do século. De acordo com Lent, elas vão auxiliar em um terço das reduções de emissões de gases de efeito estufa. 

Por fim, tudo isso caminha na mesma direção da problemática que o Brasil precisa solucionar caso queira combater a crise climática, visto que, cerca de 73% das emissões estão ligadas aos desmatamento e atividade agrícola, de acordo com o estudo da Systemiq.

Fonte: Reset

Autor (a): Sérgio Teixeira Jr.