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Investidores reforçam que as empresas devem investir em ESG

Investidores reforçam que as empresas devem investir em ESG
ESG é uma estratégia positiva para os negócios e os investimentos dessa área são motivados pela demanda dos consumidores e investidores.

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A tríade ESG é hoje uma estratégia positiva para os negócios. Os objetivos da agenda (voltados para o ambiental, social e a governança corporativa), assim como a sustentabilidade corporativa viraram um tópico importante a ser incluído pelas instituições. 

Os investimentos dessa área são motivados, principalmente, pela demanda dos consumidores e investidores (sendo eles de companhias maiores), como revela o estudo  Global Reporting and Institutional Investor Survey, da EY.

O levantamento demonstrou que aproximadamente 78% dos investidores entrevistados chegaram à conclusão de que a preocupação com o seguimento da tríade deve existir dentro das empresas. O estudo ainda revela que os investimentos para melhorar a questão da sustentabilidade corporativa precisam ser realizados com foco nos negócios, ainda que não sejam proveitosos, financeiramente falando. 

Essa noção dos investidores é fundamental, pois a visão estratégica nos negócios não só pode, como deve andar junto com a preocupação com o meio ambiente e a sociedade. Com isso, é possível traçar um plano de adequação daquilo que ainda não atende aos padrões.” revela Clarissa Nepomuceno Caetano Soares, advogada e sócia do Escritório Nepomuceno Soares e Mestre em Tributação Ambiental, Relações Econômicas e Sociais.

Essas mudanças (que de início podem diminuir a receita) ao longo prazo vão fazer com que a reputação da empresa e seu valor de mercado cresçam, além de possibilitar também ganhos financeiros, como aumentar o lucro numa perspectiva duradoura e mais confiável”, destaca. 

Ela ainda pontuou que o levantamento trouxe detalhes sobre como as empresas estarão futuramente. “A expectativa é que o mercado se movimente de maneira mais efetiva para cumprir as diretrizes ESG, já que o assunto se tornou uma preocupação não só de investidores e consumidores, mas também dos órgãos reguladores, como a CVM, que tem criado cartilhas e resoluções sobre como a agenda ESG pode ser mencionada em relatórios, por exemplo”.

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A publicação da Resolução 59 da Comissão de Valores Mobiliários, CVM, trouxe mudanças e definiu alguns critérios para a disseminação das práticas conforme as ações ESG das instituições destacadas da Bolsas de Valores. Além disso, a Política de Finanças Sustentáveis foi divulgada recentemente pela autarquia, onde estavam detalhadas as diretrizes e uma espécie de planejamento de ações para atividade do órgão nos pontos voltados para a agenda sustentável. 

A advogada e bióloga, Cristiana Nepomuceno Soares, visualiza que as respostas dos investidores e dos órgãos sobre o seguimento do ESG estão mais estruturadas do que o entendimento dos gestores das instituições.

Estamos vivendo um período de grande movimentação dos órgãos públicos, dos investidores e dos consumidores em geral com relação ao meio ambiente. Questões como o aquecimento global, o estabelecimento de uma economia verde e a governança nas empresas são questões fundamentais a serem discutidas”.

Se através do estudo da EY é possível perceber que grande parte dos investidores entendem que o investimento em ESG precisa existir nos negócios, somente 55% dos gestores têm o mesmo olhar. 

Segundo Soares, “enquanto gestores e empresários acreditam que as questões sociais, ambientais e governança são assuntos a serem tratados no futuro, a sociedade acredita que são pautas urgentes, de implementação imediata e que devem significar uma transformação do comportamento das empresas no mercado”, destaca. 

Ela ainda reforça que “para implementar as práticas ESG não é necessário mudar toda a estrutura e forma de operação da empresa”. Segundo ela, “a adequação deve ser feita de modo que contribua também para o crescimento empresarial, já que a agenda ambiental e de governança fomenta a confiança do investidor e a percepção da integridade e da ética nesse ambiente corporativo”.

Para chegar aos resultados foi necessário escutar mais de mil líderes financeiros e 300 investidores. 99% deles usam as divulgações sobre a agenda nas empresas como maneira de escolher os investimentos, destacando assim a intenção da sociedade e dos órgãos regulatórios com o tema. 

Fonte: valor

Autor(a): Dino