Metas ESG: saiba como os dados podem ajudar neste caminho

Metas ESG: saiba como os dados podem ajudar neste caminho
A edição de 2022 do Proxxima, mostrou em um dos seus painéis como os dados e insights podem auxiliar as organizações neste caminho.

Share This Post

A agenda ESG está mais presente do que nunca nas pautas das lideranças de empresas em todo o mundo nos últimos tempos. As siglas que abordam as boas práticas ambientais, sociais e de governança moveram debates que por muito tempo se limitaram às ações sociais para adentrar à área de negócios, alertando que a construção de uma organização lucrativa se interliga diretamente com a de uma empresa que se preocupa com seus impactos perante o mundo e a sociedade. 

O processo, no entanto, é longo e exige muito aprendizado, informação e pesquisa, para entender qual o melhor caminho para se posicionar perante essas questões e criar, de fato, ações a favor do meio ambiente, sociedade e inclusão. 

A edição de 2022 do Proxxima, mostrou em um dos seus painéis como os dados e insights podem auxiliar as organizações neste caminho. A head de estratégia ESG da XP, Helena Massulo, enfatizou que o tema ganhou ainda mais relevância após a pandemia e que muitas pessoas ainda não entendem a dimensão das práticas ESG no âmbito corporativo. 

Diante disso, a companhia financeira vem se dedicando a ações educativas com o intuito de orientar tanto o público interno quanto os clientes sobre a importância do assunto. 

O ESG veio para trazer uma nova visão estratégica a respeito de como se analisa investimentos e de como tomamos decisões. Fizemos um trabalho para alinhar o tema aos nossos produtos e hoje já temos mais de 50 fundos de investimentos que rotulamos como ESG. Esse é um processo contínuo e as empresas todas estão aprendendo nessa jornada” pontuou. 

Outra empresa que também vem aprendendo a tratar das pautas ESG internamente e externamente é a Ultragaz. Carolina Santos Pecorari assumiu o cargo de diretora de sustentabilidade da empresa há três meses, mesmo período em que se estruturou a divisão. Nesta rota inicial, ela conta que a organização vem construindo um trabalho com a comunidade interna para propagar os valores de sustentabilidade, governança e políticas sociais e esse trabalho também inclui revendedores e fornecedores. 

A ideia é falar a mesma linguagem do consumidor e dos stakeholders. Nesta semana anunciamos a compra de uma frota de triciclos elétricos para a entregas. Mas é preciso explicar o quê isso significa e a importância que terá ao meio-ambiente e a todos. Nessa fase inicial, as empresas precisam estar abertas ao erro e deixar claro que estão começando a atuar nessa área de forma genuína” declarou Carolina. 

Veja também: Evidências do funcionamento de estratégia são requisitadas pelos investidores de fundos ESG

Função do dados 

A fundadora e growth leader da CREATORS.llc, Nohoa Arcanjo, que também teve participação no painel, citou exemplos de como a inteligência de dados pode contribuir para que as empresas construam suas diretrizes no que diz respeito ao ESG para assuntos muitas vezes simples. 

Ela deu como exemplo, o período inicial da pandemia, onde os colaboradores das empresas precisaram se adequar ao home office. 

Tivemos pessoas em diferentes condições em casa, com responsabilidades diferentes, tanto com crianças quanto com pessoas idosas, e pessoas em diferentes condições de saúde. Cada uma demandava uma atenção diferente e conseguir quantificar e mapear tudo isso ajudam as empresas a chegar no detalhe do detalhe e tomar decisões que impactem positivamente a vida cada um. Quando conseguimos entender o foco do problema é possível tomar decisões que ajudem a todos”, disse. 

Para complementar o raciocínio de Nohoa sobre a importância dos dados, Carolina, da Ultragaz, destacou que, justamente por isso, as iniciativas e métricas ESG não devem se limitar apenas a uma área e sim estar presente na agenda de toda a empresa. “É importante ter dados para nos orientarem na definição das rotas”, destacou.

Helena, da XP,  lembrou que as informações obtidas por pesquisas e dados são essenciais para ajudar as empresas na definição de seus objetivos. “Temos muito o que fazer nessa jornada e é impossível priorizar tudo. Os dados são fundamentais para sabermos as prioridades”, disse.

Por fim, Nohoa Arcanjo ressaltou que a pauta ESG tende a ser trabalhada mais seriamente e a avançar nas corporações porque já começa a ser percebida como um pilar que gera negócios. Segundo ela, hoje, as startups de ESG vem sendo alvo de grandes investimentos, isso porque a indústria entendeu que pensar em ações sustentáveis e de governança permitirá um retorno. 

Investir em ESG, hoje, é como investir na Bolsa. Essa é uma pauta que vai reverberar e trazer retorno financeiro. Vemos grandes investimentos das empresas em carros elétricos e como isso vem avançando. Certamente essas decisões não foram tomadas somente porque as empresas estão preocupadas com a camada de ozônio, mas porque isso dá dinheiro. Quando falamos em dinheiro, aceleramos a corrida”, concluiu.

Fonte: Meio&Mensagem